segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Filme alternativo?



O cenário é a Irlanda, o tema é um romance entre dois desconhecidos que tem a paixão pela música em comum. “Apenas uma vez”, vencedor do Oscar de melhor canção em 2008 é um daqueles filmes, que você passa uma hora e meia esperando algo acontecer e nada acontece.
O filme busca o tempo todo ser alternativo, com filmagens através de vidros, closes em detalhes aparentemente sem importância, luzes amareladas, câmera na mão, objetos antigos, cenários “kitsch”,” flashbacks” em preto e branco,silêncios prolongados, porém, sem um bom roteiro a obra não convence. A história é bem simples: um homem que conserta aspiradores de pó na loja do pai e é músico nas horas vagas, tocando pelas ruas de Dublin para receber alguns trocados conhece uma imigrante tcheca que vende flores para os transeuntes e nas folgas toca piano em uma loja de instrumentos musicais.
Os dois são solitários, tiveram decepções amorosas e não têm muitos planos. Ao se conhecerem descobrem que formam uma bela dupla musical e passam uma semana juntos tocando e chegam a gravar um CD.
Os protagonistas são músicos e compositores na vida real: Glen Hansard e Marketa Irglova, o diretor também é músico: John Carney, talvez seja por isto que vale mais a trilha sonora que o filme em si.
Muitos diálogos são substituídos por canções, mas que não soam como os divertidos musicais, mas sim como clipes enfadonhos, assim nos poucos momentos em que o casal conversa as palavras são repetitivas e não acrescentam muito à história, especial ao personagem masculino que responde “cool” para quase tudo, em uma tentativa de demonstrar sua timidez.
Há uma clara tentativa do diretor em aproximar o público dos personagens filmando olhares e sorrisos, mostrando o quanto a vida dos dois é difícil, porém, eles não tem nome, suas atuações soam falsas algumas vezes e os sentimentos não ficam claros.
Talvez o filme valha por algumas músicas ( que até foram escolhidas para abrir alguns shows de Bob Dylan) e pelas cenas que mostram a Irlanda. Apesar de ter sido sucesso de público no Festival Sundance e ter recebido o Oscar, acho que falta muito para este ser um bom filme, que vá além dos elogios à trilha sonora.

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