quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Dialeto Baiano


Uma batucada, uma letra de música conhecida de outros carnavais literalmente, um morro cheio de casas coloridas, muita gente nas ruas, imagens e sons que se unem para contar histórias deste tal povo brasileiro.
Entre os batuques ouve-se claramente um “Ó Pai Ó”, expressão utilizada em Salvador para chamar atenção para alguma coisa, algo como “olhe lá, olhe!” e não haveria nome melhor para este filme que é mais um componente na busca infindável pela identidade nacional.
As imagens passam pela tela com um colorido especial e mesmo que quem assista nunca tenha colocado os pés na Bahia a identificação é instantânea.
O filme “Ó Pai Ó” foi baseado na peça de teatro de Marcio Meirelles, encenada nos anos 90 pelo Bando de Teatro de Olodum. O grupo teatral foi o berço do ator principal do filme, o já reconhecido Lázaro Ramos.
No elenco existem outros elementos do Bando de Teatro, o que dá um tom caricatural para algumas cenas, tirando boas risadas do espectador.
Pela tela passam muitos tipos, como uma evangélica fervorosa, uma leitora de búzios, uma especialista em abortos, um taxista, entre outros. As histórias que aparentemente não têm nada em comum a não ser o fato de todos os principais personagens dividirem o mesmo espaço, um cortiço no Pelourinho. Porém, as vidas dos personagens se unem pela luta cotidiana para sobreviver, cada um de seu jeito, mas todos com um “quê” de malandragem e libertinagem.
O único erro a meu ver é o excesso das músicas, muitas vezes se têm a impressão de assistir a um clipe de axé e a história nem sempre se encaixa nesses momentos.
Não fica claro qual é o assunto principal do roteiro, talvez seja apenas a necessidade de romantizar um pouco o cotidiano difícil de quem lida todos os dias com a pobreza extrema.
É um filme que pode ser visto com alegria ou tristeza, representa um pouco do que nosso carnaval é: aquela alegria eufórica para que a quarta-feira de cinzas demore a chegar, para que a vida seja esquecida completamente naqueles dias em que tudo é permitido.
A realidade é mesclada com a fantasia de maneira especial nas últimas cenas, o que faz com que quem assista passe um bom tempo depois dos créditos finais pensando naquela experiência.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Biodegradavéis são alternativas para a preservação ambiental

Novos produtos encontrados no mercado não geram resíduos tóxicos no ambiente
Com o avanço das discussões em torno das questões ambientais tem se tornado cada vez mais comum os consumidores encontrarem produtos indicando que são biodegradavéis. Tais produtos são novidade no mercado, portanto, ainda existem muitos questionamentos, especialmente em relação a como conciliar a responsabilidade ambiental com o orçamento familiar, já que estes produtos são na maioria das vezes mais caros.
Biodegradáveis se degradam no meio ambiente mais rapidamente e não geram resíduos tóxicos por serem constituidos de elementos de mais fácil degradação como derivados da cana- de- açucar.
Segundo a professora do departamento de bioquímica e microbiologia da Unesp Rio Claro, Sandra Mara Martins uma garrafa pet ou um copinho de água demora entre 100 e 200 anos para se decompor enquanto os mesmos produtos biodegradavéis levam de 6 meses a 1 ano.
A utilização destes produtos, segundo a professora de química orgânica, Márcia Marisa de Freitas Afonso, é benéfica especialmente para a liberação de espaço nos aterros sanitários.
Há uma preocupação especial com o desenvolvimento de tecnologias para fabricação de plásticos biodegradáveis devido a quantidade que consumimos destes produtos. De acordo com Sandra o consumo de plásticos per capita no mundo é de 19kg e toda esta produção vem de fontes não renovavéis como o petróleo.
“As desvantagens são que os plásticos biodegradáveis tem custo de processamento cerca de quatro vezes maior que o plástico comum e propriedades mecânicas, como resistência e flexibilidade não tão boas quanto as dos plásticos sintéticos”, explica Sandra.
Para a educadora do programa USP Recicla de Ribeirão Preto, Daniela Sudan, é preciso reduzir o consumo e desenvolver produtos que durem mais. “Em uma escala de importância, coloco a reutilização, depois a reciclagem e por último o biodegradável". Segundo Daniela em toda a Europa existem projetos de lei sendo aprovados para que a população utilize produtos de alta durabilidade.
Em junho deste ano foi aprovado um projeto de lei pela Assembléia Legislativa de São Paulo, que obrigava o uso de sacolas biodegradáveis pelos estabelecimentos comerciais, porém, em agosto este projeto foi vetado pelo governo do Estado alegando que a proteção ambiental deve ser tratada em âmbito nacional e não localmente.
Para Márcia as pesquisas e discussões em torno de novas tecnologias devem ser incentivadas. “Percebo que nos últimos 10 anos as pesquisas acadêmicas com esta temática se intensificaram, não só na área da Química, afinal é um assunto vinculado a todas as áreas de trabalho”, finaliza.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Este texto é de 2006, foi para uma aula de produção de textos do curso de rádio e tv, a proposta era fazer uso da metalinguagem

Sádico
Sempre quis escrever. Lia contos compulsivamente, pois me disseram que se eu entrasse em contato com uma grande diversidade de contos aprenderia a escrever. Nunca deu certo.
A minha vida não me favorecia, tudo muito pacato, sem grandes emoções. Eu ia falar sobre o quê? Relatar a minha rotina seria a coisa mais desagradável de se ler... nem meus sonhos são intrigantes...
Estive sozinho a vida toda. A infância passei dentro de meu quarto; a adolescência nas ruas perambulando e agora moro com minha mulher, na mesma casa que vivi todo o tempo, na famosa rua Saint-Honoré.
Nunca pude compartilhar nada com ninguém, então tentava conversar com os papéis, gastei muita tinta, mas nada de útil produzi, somente pensamentos perdidos.
Casei-me cedo, por convenções familiares. Ela não me atrai, nem ao menos gosto de olhar para o seu rosto. Mas sinto um ciúme doentio. Não a deixo fazer muitas coisas, ela fica quase o dia todo em casa lavando minhas roupas, às vezes, ela fica na loja que herdei de meu pai, que é nossa única fonte de renda.
Odeio a loja. As pessoas que ficam entrando e saindo de lá e me tratando como se eu fosse um velho conhecido.
Tudo não passa de um jogo de interesses: eu quero o dinheiro deles e eles querem descontos.
Os livros já não me atraem, creio já ter lido tudo. Não existe nada de novo sendo produzido, as histórias vêm se repetindo de modo enfadonho e monótono. O ser humano não tem mais nada a fazer. Só resta esperar pelo fim. Não conseguiremos fazer mais nada de útil, pois cada dia fica comprovado que o que realizamos até aqui foi em vão.
Anseio uma forma de sair desse vazio, sentir o desejo invadir minhas veias. Estou cansado de mim mesmo. Aquelas mulheres mundanas com quem sempre saí nunca me deram muito mais que entretenimento barato, sempre as encontrava para passar o tempo e nada mais que isso. Minha mulher nunca me deu prazer.
Certa vez, tarde da noite, caminhando pelas ruas após sair de um bar qualquer, vi uma casa iluminada por velas. Havia uma festa. Aproximei-me e perguntaram meu nome. Menti e disse Sade. Eles me deixaram entrar. O ambiente era repleto de belas mulheres e homens seminus. Tudo me parecia provocante.
Não entendia muito bem o porquê de estar ali nem porque eles me deixaram entrar com tamanha facilidade... Aquela festa parecia muito reservada.
As pessoas me olhavam com desejo, e isso, naturalmente, me deixava excitado.
Em meio ao silêncio uma música começou a tocar, formou-se uma roda no meio do grande salão. Todos ganharam máscaras, menos eu, que fiquei só os observando. Começaram a dançar, como um baile de debutante. Às vezes, me encaravam, podia ver seus olhos pelas máscaras.
O medo e a excitação se misturaram e tomaram conta de mim. Quis, por um instante, ir embora, mas não havia nada a perder e aquele era, sem dúvida, o momento mais instigante da minha vida.
Começaram a se beijar, inicialmente na nuca, no rosto e depois uns invadindo os outros só com os lábios, sem as mãos, e dançavam; continuavam acompanhando o ritmo da música; queriam uns aos outros com uma força muito mais ardente do que qualquer romance que tivera lido.
Desejava estar entre eles, mas ao mesmo tempo só os observar era suficientemente prazeroso para mim. Continuaram se lambendo, se beijando, sem tirarem suas vestes, empurrando-as com a língua, deixando-as ardentemente molhadas, algumas de tão lambuzadas transpareciam e mostravam partes dos corpos arrepiados.
Uma cadeira foi colocada no meio do salão. Duas mulheres, eram as únicas sem máscaras, a levaram até lá. Sentei. Senti um calafrio passar pelo meu corpo todo, elas eram magnificamente bonitas, tinham lábios vermelhos e estavam com vestidos quase transparentes.
Quando me sentei no meio, tudo se intensificou. Ouvia gritos que não sabia de onde vinham, algumas pessoas entraram vestidas de preto com chicotes na mão, começaram a bater nos que já estavam na roda os quais, quanto mais apanhavam, mais se excitavam, mais queriam uns aos outros.
Roupas eram arrancadas com os dentes, e não havia distinção entre homem e mulher, todos se excitavam, todos se envolviam uns nas pernas dos outros.Ouvi um grito de prazer, um gozo...
A música terminou. Todos se viraram para mim e iniciaram o que parecia um ritual. Senti um forte cheiro de perfume de rosas. Estava inebriado, fechei os olhos por um instante, até sentir algo gelado em minha orelha, ao abrir os olhos vi uma mulher que passava algo frio pelo meu corpo, ia levantando minha camisa e me invadindo com suas mãos gélidas, não parava de olhar fixamente para os meus olhos.
Não posso descrever o que sentia, o salão se esvaziara muito rapidamente. Ouvia apenas os gemidos e a sua respiração que me tocava todo o tempo. Sentia pavor e o pouco de racionalidade que ainda restava em mim tinha um medo imenso daquilo tudo, de não saber o que aconteceria, mas meu corpo não se importava, respondia às provocações.
Queria beber, me desligar de tudo, me entregar. O seu gemido ficava cada vez mais forte.
Em poucos instantes estava totalmente anestesiado, a única coisa que conseguia sentir era um desejo incontrolável, queria tirar a sua roupa com os dentes, beijar aquela boca e aqueles seios, e farto de tanto desejo, gozar, sentir-me aliviado e cansado de invadir aquele corpo.
Mas ela não permitia que a tocasse e eu estava preso à cadeira.
Ouvi uma voz ao fundo, uma voz grave e alta, mas não conseguia compreender...
Colocaram uma mordaça na minha boca. Fiquei aflito, respiração ofegante... A voz grave foi se aproximando, mas não podia ver de quem era.
-Mantenha-se calmo senhor Sade, mantenha-se calmo. Disse a bela moça que não parava de me acariciar.
Pouco depois, após um momento de silêncio, pude compreender o que a voz masculina dizia:
-“Uma belíssima burguesa da rua Saint-Honoré, de aproximadamente vinte e dois anos, gorduchinha e roliça, carnes as mais viçosas e apetitosas, todas as formas modelares ainda que um pouco cheias, e que acrescentava a tão fartos encantos presença de espírito, vivacidade, e gosto o mais aguçado por todos os prazeres que lhe proibiam as rigorosas leis do himeneu, decidira, havia quase um ano, arranjar dois ajudantes para seu marido que, sendo feio, a ela não somente desagradava muito, como também cumpria mal, se não raramente, os deveres que, talvez, com um pouco mais de desempenho, poderiam acalmar a exigente Dolmène”
Ahhh.... Como eu quis gritar... Não podia... Não conseguia entender tudo aquilo... Eles sabiam que eu não era o tal Sade?!! Sabiam onde eu morava, e quem era minha mulher?! O homem com a respiração, um tanto conturbada, continuou:
-“assim se chamava nossa bela burguesa. Nada mais bem combinado do que os encontros marcados com esses dois amantes: Des-Roues, jovem militar, ficava normalmente das quatro às cinco horas da tarde e das cinco e meia às sete chegava Dolbreuse, jovem negociante com o rosto mais bonito que se pode ver. Era impossível fixar outros momentos; eram os únicos em que a sra. Dolmène estava tranqüila: de manhã, era preciso estar na loja e, à tarde, também tinha de aparecer por lá algumas vezes, ou então o marido voltava, e deviam falar de seus negócios. Por sinal, a sra. Dolmène havia confidenciado a uma de suas amigas que ela gostava muito que os momentos de prazer se sucedessem assim muito próximos um do outro: a chama da imaginação não se apagava, ela assegurava; desse modo, nada mais temo do que passar de um prazer a outro; não era difícil retomar a ação, pois a sra. Dolmène era uma criatura encantadora que calculava ao máximo todas as sensações do amor; pouquíssimas mulheres conheciam-nas como ela própria e, em virtude dos seus talentos, reconhecera que, depois de muito meditar, dois amantes valiam muito mais do que um; com respeito à reputação, era quase a mesma coisa, um encobria o outro; poderiam se equivocar, poderia ser sempre o mesmo a entrar e sair várias vezes durante o dia, e com relação ao prazer, que diferença! A sra. Dolmène, que temia em particular a gravidez, bem segura de que seu marido jamais com ela cometeria a loucura de lhe arruinar a cintura, havia igualmente imaginado que, com dois amantes, havia muito menos risco, quanto ao que temia, do que com um, porque, dizia ela, na condição de excelente anatomista, dois frutos se destruíam mutuamente.”
Eu estava preso àquela maldita cadeira, e cada vez que ele repetia o nome de minha mulher, falava alto e mais próximo de meus ouvidos : Dolmène,Dolmène...Era a minha própria estória! A minha esposa estava nela e os meus conhecidos do mercado! Mas não podia acreditar naquilo tudo... Ele não parava nem um instante de contar:
-“Certo dia a ordem fixada nos encontros veio a se alterar, e nossos dois amantes, que nunca se tinham visto, conheceram-se de maneira engraçada, conforme mostraremos. Des-Roues foi o primeiro, mas chegara muito tarde, e como se o diabo tivesse se intrometido, Dolbreuse, que era o segundo, chegou um pouco mais cedo.”Não, não podia mais suportar aquilo... Precisava sair dali o mais rápido possível.... Não acreditava, não podia acreditar! Percebendo minha agitação, o suor escorrendo pelo corpo, o homem que falava se aproximou , lambeu a barriga, e próximo ao meu rosto disse :
- Eu sou o Marques de Sade! Distanciou-se e continuou :-“O senhor percebe de imediato que, da combinação desses dois pequenos erros, deveria acontecer, infelizmente, um encontro infalível: e assim sucedeu. Porém, mencionaremos como isso se deu e, se possível, ocupemo-nos desse assunto com toda decência e moderação que tal assunto já por si muito licencioso, exige.Por obra de um capricho bastante bizarro - mas tão comum entre os homens - nosso jovem militar, cansado do papel de amante, quis, por uns momentos, representar o da amante; em lugar de ser amorosamente abraçado por sua divindade, quis, por sua vez, abraçá-la: em resumo, o que está embaixo, coloca-o em cima, e, por essa inversão de posição, inclinada sobre o altar onde normalmente se oferecia o sacrifício, era sra. Dolmène que, nua como a Vênus calipígia, e encontrando-se estendida sobre seu amante, apresentava, diante da porta do quarto onde se celebravam os mistérios, o que os gregos adoravam com devoção na estátua que acabamos de mencionar, essa parte mui bela que, em suma - sem sair à procura de exemplos tão remotos - encontra tantos adoradores em Paris. Tal era a atitude quando Dolbreuse, acostumado a entrar sem dificuldade, chega cantarolando, e vê por um ângulo o que uma mulher verdadeiramente honesta não deve, segundo dizem, jamais mostrar.O que teria causado grande prazer a muitas pessoas fez com que Dolbreuse recuasse.- O que vejo? - exclamou - ... traidora... é isso que me reservas?A sra. Dolmène que, naquele momento, se encontrava numa dessas crises em que uma mulher age infinitamente melhor do que raciocina, resolve mostrar-se audaciosa:- Que diabo tens tu? - diz ela ao segundo Adônis - sem deixar de se entregar ao outro - não vejo nisso nada que te cause muito pesar; não nos perturbes, meu amigo, e contenta-te com o que te resta; como bem podes notar, há lugar para dois.”Dolbreuse, não conseguindo deixar de rir-se do sangue-frio de sua amante, pensou que o mais simples era seguir o conselho dela, não se fez de rogado, e dizem que os três lucraram com isso.”Não eu não podia acreditar naquela estória...- Parem com isso! São todos loucos! Insanos! Ela me pertence!!!Você não sabe nada sobre ela. É tudo uma imensa mentira!Eu sei!-Querido?-Não! Não, parem!!- Querido, o que esta acontecendo?- Você está aqui?!...-Claro, acabei de chegar da loja.- Loja? Onde eu estava?- Ora, meu marido, você estava aqui, sentado escrevendo. Quando cheguei da loja você estava ofegante olhando para os papéis.-Eu escrevi? E aquele livro ali sobre a cabeceira?-Não sei, parece que você nem ao menos tocou nele. Chama-se “Contos libertinos” de Marquês de Sade. Por um momento, cheguei a acreditar que havia produzido algo, mas não, realmente não consegui. Até meus delírios já foram escritos. Caminharei até a morte sem ao menos deixar uma folha de papel com algo instigante escrito por mim. Continuo fazendo parte dessa humanidade sem sentido.

Senta que lá vem história...


Era uma vez.Basta esta frase para que venha a nossa mente uma história, e junto dela a imagem ou a voz de alguém que participou de nossa infância.
Contar histórias é uma prática milenar que já acarinhou corações de crianças e adultos no mundo todo, muitas delas atravessaram as fronteiras do tempo e do espaço e são recontadas até hoje. As mais conhecidas no ocidente são as fábulas dos irmãos Grimm, que registraram narrativas e lendas de tradição germânica.
Recuperar as histórias é uma das formas mais importantes de valorizar a cultura de um lugar. No Brasil por todo canto existem pessoas buscando transmitir esta arte, o assunto é de tamanha importância que os contadores de história são considerados parte de nosso patrimônio imaterial, ou seja parte daquilo que gera apesar da passagem do tempo um sentimento de identidade com a comunidade a qual pertencemos.
Com o desenvolvimento dos meios de comunicação e da forma de organização da sociedade contemporânea, vinculada com a velocidade, acreditou-se que esta forma de relatar histórias seria extinta, porém, nascem e renascem maneiras de contar histórias nos grandes centros, dentro das escolas, nos lares e inseridas nos meios de comunicação.
A Rede Cultura de Televisão dá bastante atenção para produções que levem as crianças a esse universo em que a história é contada para ser construída através da fantasia, diferentemente do que elas estão acostumadas em que as imagens saltam da tela sem que precise usar muito a imaginação.
Para transmitir as histórias alguns buscam usar elementos além da voz, assim, vale um pouco de tudo, figurino, tapetes, bonecos, brinquedos e até elementos do cotidiano.
Os leitores com a minha idade devem se lembrar dos contadores que apareciam na programação da Cultura contando histórias com canetas e xícaras. Passei muitas tardes na casa da minha avó brincando escondido com os bonecos de porcelana da cristaleira.
Existem até cursos para quem quer aprender a contar histórias, as aulas falam um pouco de práticas que deveriam fazer mais parte do nosso dia-a-dia como sorrir e olhar nos olhos ao dizer algo. A prática é utilizada como forma de incentivar novos leitores, ensinar e transmitir valores de forma lúdica.
Contar histórias é sempre uma boa experiência, nos faz voltar a nossa própria infância para buscar o que gostávamos de ver e ouvir quando éramos pequenos, nos faz deixar o senso de ridículo de lado e o mais interessante é olhar para a “platéia” e saber que na imaginação delas muitas aventuras fantásticas estão acontecendo.