quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A PAIXÃO PELAS LETRAS E PELA MÚSICA

“Fiz de tudo para ser cronista, até horóscopo”, assim Luis Fernando Veríssimo conta como foi o começo da sua carreira. O escritor, conhecido pelo seu bom humor participará de mais um encontro do projeto “Café com Letras” realizado pela Fundação Feira do Livro

no próximo dia 18, às 19h no Cineclube Cauim.

Após o bate-papo com o autor, o público conhecerá as facetas de Veríssimo como saxofonista do grupo Jazz 6, que irá trazer para o palco composições de seu quarto CD “Four”, que reúne música brasileira dos anos 60 e música norteamericana.

O autor e músico se apaixonou pelo sax na adolescência, no período em que morou nos Estados Unidos com seu pai Érico Veríssimo. “Já que estava indo para a terra do jazz, aprenderia a tocar um instrumento e procurei um curso de música. Mas nunca me aprofundei na música ou mesmo no instrumento, o sax alto. Só o que eu queria era poder brincar de jazzista, que é o que faço até hoje”, afirmou.

Apesar da intensa produção, com publicações nos principais jornais do país e mais de 60 livros, o autor afirma que não tem uma rotina rígida de trabalho e que evita dar palestras e entrevistas o máximo possível, para ter tempo para produzir.

O humor, segundo o autor, pode ser uma das ferramentas para atrair o leitor jovem, mas existem muitas outras maneiras de incentivar a leitura, como feiras, encontros e encenações teatrais. Sobre sua última obra “Os Espiões” (Objetiva), o autor somente revelou que a história se passa em uma cidade fictícia do interior do Rio Grande do Sul.

SERVIÇO:

- Café com Letras com Luis Fernando Veríssimo e apresentação da banda Jazz 6

- Dia 18/09, às 19h

- Cineclube Cauim (Rua São Sebastião, 920)

- Gratuito. Retirada de ingressos na bilheteria do Cineclube, dia 18, das 14h às 22h

- Maiores informações: (16) 3911 1050

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Leitor



A paixão pela literatura, o holocausto e um amor obscuro. Os três temas juntos compõem o filme “O Leitor”, obra dirigida por Stephen Daldry (“As Horas”), baseada em livro homônimo de Bernhard Schilnk.


O filme concorreu a cinco Oscars em 2009, sendo que a atriz Kate Winslet ganhou o de melhor atriz. Kate interpreta Hanna, uma mulher misteriosa de 36 anos, que se envolve com um jovem de 15 anos, Michel. A relação que dura apenas um verão envolve sexo regado a clássicos da literatura, o menino lê histórias todos os dias para Hanna.


O que para a mulher, aparentemente, foi apenas uma relação superficial, marcou a vida de Michel, que durante anos tem dificuldade em se relacionar com outras pessoas.


A história é toda contada por Michel (Ralph Fiennes), que relembra a relação ao encontrar Hanna em um tribunal, acusada por ter sido guarda em um campo de concentração. Neste momento o segredo que Hanna carregou pela vida toda pode diminuir seus anos na cadeia, porém, ela prefere omitir o que aconteceu e é sentenciada à prisão perpétua.


Os dois mantêm contato durante anos através de cartas, em que Michel envia fitas de áudio com leituras dos livros preferidos de Hanna. O filme caminha lentamente e envolve a cada instante com seus silêncios e detalhes.


Na história não existem erros ou acertos, os personagens são tão humanos que nos sentimos próximos a eles e para contar suas vidas o diretor não precisou de grandes falas, somente de olhares e gestos muito bem encenados pelos atores.


O drama do holocausto funciona como pano de fundo de uma paixão que apesar das imensas distâncias permaneceu. No entanto, a obra é bem mais do que um filme de amor.

domingo, 6 de setembro de 2009

DonaZica: criatividade brasileira



Letras que vão além de poemas de amor, composições que trazem surpresas, com misturas inusitadas de MPB, música eletrônica e sonoridades regionais. O nome da banda é “DonaZica”, um coletivo de nove músicos com influências diferentes que produziram apenas dois CD’s que sensibilizam os apaixonados por músicas experimentais brasileiras.


A banda foi idealizada pelas artistas Iara Rennó e Andréia Dias, ambas com ricas produções individuais. Iara tocou profissionalmente com Alzira Espíndola e Itamar Assumpção, participou do projeto Rumos do Itaú Cultural com um trabalho de composições baseado na obra Macunaíma. Andréia é compositora e caminha com facilidade do rock ao samba, desde 2003 é vocalista da banda Glória.


Os dois trabalhos lançados “Composição” (2003) e “Filme Brasileiro” (2005) se complementam. O primeiro foi produzido todo de maneira autoral e tem influências das vanguardas artísticas, com um olho para o futuro, como explica a própria Iara Rennó (http://dona.zica.sites.uol.com.br). Cada música deste álbum tem uma característica bem particular, algumas remetem às cantigas de roda, outras ao universo da música eletrônica e do Hip Hop, em comum as vozes femininas se sobrepõem e se complementam.


“Filme Brasileiro” traz sete composições (referência à sétima arte) que revelam as preocupações dos artistas com cada detalhe, que buscam as sonoridades e sentimentos que formam o cotidiano do Brasil. Além das composições sonoras, preste atenção nas letras, ricas em brincadeira com os significados das palavras.


Para ouvir: http://www.myspace.com/donazica



Protesto Pessoal( Iara Rennó)



“essa conduta
de dizer que não tem escolha é muito simples
é bem mais fácil pedir desculpa por tirar o corpo fora
do que encarar o que rola aqui e agora
inconsciente da sua capacidade e força transformadora
negar a responsa ficar à toa enquanto a vida voa
não se envolver de verdade
não se expor com medo da dor
dar pouco e receber menos da metade
depois lamentar porque já ficou tarde
acorda tira essa corda do pescoço
não adianta estar morto nem resolve andar torto
encosto
perdido no vago do próprio umbigo
cansado sugado querendo achar um culpado
sempre a mesma conversa de que tá tudo errado
que a sociedade não presta
acredite a sociedade começa na sua testa...”