domingo, 28 de janeiro de 2007

Pensando as formas de lazer

Segundo uma das definições do dicionário Aurélio lazer é “ tempo que se pode livremente dispor, uma vez cumpridos os afazeres habituais”.
E o que fazemos com esse tempo?
È fácil perceber que os estacionamentos dos shoppings center estão lotados aos finais de semana, e que nos espaços mais alternativos como praças e bosques pouca gente se vê.
Um sábado típico de várias pessoas que possuem um certo nível social é ir para o shopping comer em algum fast food e andar horas e horas pelas lojas, vendo vitrines, buscando coisas.Ao chegar em casa constata-se que o sábado se foi, e que só resta ligar a Tv , ver algum programa e dormir.
Vivemos portanto o tempo do lazer – mercadoria, em que comprar se iguala a diversão.
Esse lazer –mercadoria reflete o individualismo de nossa sociedade, pois se não estamos pensando no que comprar em nosso tempo livre, estamos assistindo algo, vendo alguma coisa na Internet.
Atividades em que existe pouco envolvimento real com as outras pessoas e que envolve substancialmente o desejo de possuir mais coisas.
Um dos principais fatores dessa indústria do lazer foi a ampliação do tempo livre dos trabalhadores e também de seu poder de consumo.Porém esse tempo livre parece cada vez mais ser consumido por outras atividades em que não nos permitimos nem ao menos sentir o gosto dos alimentos, conversar com os amigos ou simplesmente pararmos para refletir.
Parece que todo nosso tempo livre deve ser usado em atividades frenéticas, como se sempre estivéssemos correndo atrás de algo, que nem sabemos bem o que é.
Não podemos nos esquecer de nossas necessidades como seres humanos, necessidade de emancipação, de diálogo, de tempo de reflexão para não nos tornarmos apenas máquinas desse sistema econômico em que o dinheiro é a nossa principal aquisição e fonte de felicidade.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lele, iso é muito verdade...as vezes fico olhando o percurso comum das pessoas e o que é realmente valorizado no que diz respeito à construção de uma vida. Estaudamos para o vestibular e fazemos uma faculdade, lutamos vorazmente por um bom emprego que paga mto bem, mas que ao mesmo tempo exige de nós uma dedicação mosntruosa que nos faz ultrapassar nossos proprios limites para conseguir cumprir com sua demanda. Dai acumulamos esse dinheiro e compramos casa boa, conforto, tudo investindo no lazer...mas nao sei para quê, pois utilizamos a maior parte do tempo nos matando pra conseguir garantir...o sussego!! me parece muito contraditório.
O que na verdade seria coerente é termos em nossas vidas o valor do trabalho equilibrado e aliado ao bem-estar da tarefa realizada com a apreciação do lazer e o respeito com nossas capacidades e limites...
Mas estamos longe disso...
outra coisa que gostaria de que vc comentasse algum dia no blog, é sobre a nossa auto-exclusão da natureza que vc comentou rapidiho no começo desse artigo, quando citou a nossa preferencia por shoppings a praças e bosques.
Um super abração!!
Estou adorando o blog!!!
Nádia

Deborah Nunes disse...

Muito bom seu texto! Até usei ele como uma das minhas fontes para um trabalho da faculdade. Continue escrevendo, para ajudar jovens como eu, que usam da internet pra achar trabalhos ou qualquer definição de algo, e não acham sempre algo tão inspirador e bem elaborado! Muito Obrigada.

Anônimo disse...

Adorei o texto, me foi muito útil! Infelizmente o nosso sistema capitalista nos força a viver em razão do trabalho, do lucro, e até mesmo o nosso tempo livre alimenta esse sistema, estamos sempre consumindo, e as consequências disso é a mudança nas relações sociais, tais como individualismo(assim como você citou no texto) e até mesmo a prática da violência. Mas eu estava lendo outras fontes acerca desse mesmo tema e vi que existem dois tipos de lazer, esse de mercado que você aborda no texto e o outro que vê o lazer como prática social, historicamente gerada, cultural, que pode ate questionar os valores dominantes da nossa sociedade, e é esse tipo de lazer que devemos viver pois ele que nos trás alegria e diversão de fato, promovem exclusão social e valorizam a cultura, a história, a verdadeira essência humana.

Anônimo disse...

promovem *inclusão* social