quinta-feira, 6 de março de 2008

Simplicidade que deu certo



Um ano na vida de uma adolescente grávida que por não se sentir preparada para cuidar de seu bebê procura pais adotivos para a criança. Esta é a sinopse de “Juno”, que aparentemente retrata um filme sem graça, mas que está surpreendendo o público e a critica com quatro indicações para o Oscar 2008: Melhor Filme, Diretor, Atriz e Roteiro Original.
O filme desde o inicio propõe uma linguagem diferente da que estamos acostumados, a abertura é toda em animação 2D, o que leva o espectador a ter uma simpatia especial pela personagem principal, Juno (Ellen Page- “MeninaMá.com”).
Juno é uma garota que faz o “tipo” punk rock, com suas calças rasgadas, camisetas velhas e cabelos despenteados, mas o seu lado criança continua vivo, como demonstram as bonecas no quarto e seu telefone em formato de hambúrguer.
O roteiro acompanha um ano na vida desta menina, que sem saber muito bem o que estava fazendo, tem sua primeira experiência sexual com um colega de escola e engravida.
O tema gravidez na adolescência é tabu e costuma trazer uma série de clichês, sobre o aborto, o sofrimento de ser mãe na hora “errada”. “Juno” supera todos os preconceitos e mostra uma personagem incrivelmente bem decidida que aprende a lidar com sua gravidez sem grandes complicações.
Assim o filme caminha pelas inseguranças de Juno, a busca pelos pais adotivos, os olhares dos colegas, as idas à ginecologista e a descoberta de uma paixão.
A trilha sonora é linda, composta basicamente de voz e violão, leva quem está assistindo a se envolver com o confuso mundo da garota.
Em boa parte do filme tem-se a impressão de que todos os personagens são excêntricos, as falas são simplistas e não revelam muito de cada personagem, porém, com o andamento da história, os gestos e a relação de cada um com Juno tornam suas personalidades surpreendentes por serem apenas humanos, cheios de fraquezas e medos.
É difícil classificar este filme, não é um drama, nem comédia, mas é possível rir e chorar com esta história, que prova o quanto a vida pode ser simples.

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