terça-feira, 16 de outubro de 2007

Métodos inovadores de educação se difundem pelo país

Quando se pensa em uma sala de aula, que imagem vem a cabeça? Cadeiras enfileiradas, lousa e giz. Este retrato faz com que pareça que quase nada mudou desde a época em que os jesuítas eram os educadores do Brasil.
Entretanto, muitas idéias foram inseridas no chamado ensino tradicional principalmente nos últimos 20 anos. Para a pedagoga Aline Sommerhalder, há uma mistura de influências atualmente. “Hoje a aula é expositiva- dialogada, o aluno não é mais visto como um papel em branco”.
Desde 1996 através da aplicação da lei de diretrizes e bases as escolas tem autonomia na construção de seus projetos pedagógicos, o que segundo Aline foi ótimo para que cada unidade escolar se contextualize de acordo com as necessidades de suas comunidades.
A partir da década de 90 escolas que seguem métodos alternativos começaram a crescer no país. Em Ribeirão Preto existem escolas que seguem os métodos Piaget, Waldorf e Sathia Say.
A reportagem conheceu a escola João Guimarães Rosa que adotou o método Waldorf em 1986. Esta pedagogia nasceu na Alemanha em 1919 fundada pelo filósofo Rudolf Steiner e conta hoje com mais de 1.000 escolas em todos os continentes.
A metodologia tem como ponto de partida a compreensão de que a biografia humana se sustenta em períodos de sete anos.
O objetivo geral do método segundo a professora que atua há 16 anos, Maristel Almeida Gomes, é atingir os estudantes em três níveis: pensar, sentir e agir. Assim a escola se preocupa com uma formação não só baseada na dominação de conceitos intelectuais, mas também no domínio das expressões corporais e nas relações com o outro e com si mesmo.
Nos primeiros sete anos a ênfase da educação é o agir. “A criança está começando a dominar o espaço. Os materiais neste fase são as mais plásticos e lúdicos possíveis para que a criança seja estimulada a usar sua imaginação”, explica Maristel.
Um dos diferenciais é a importância dada a relação aluno e professor. Dos 7 aos 14 anos os alunos tem um mesmo professor. “A razão disto é a ênfase dada neste período ao sentir, é preciso criar uma relação de confiança, estabelecendo vínculos”, diz.
Maristel relata que neste segundo período todo conteúdo só se torna significativo para a criança se tiver um envolvimento emocional, se não a criança simplesmente decora e descarta.
A partir dos 15 anos o aluno passa a ser motivado a realizar análises criticas, com professores de área específicos, porém, nunca se esquecendo dos três níveis, assim os adolescentes fazem viagens, constroem peças teatrais e trabalham com a percepção sonora.
Apesar de o objetivo da escola não ser conquistar aprovações no vestibular, a primeira turma que se formou no ano passado teve alunos aprovados em vestibulares concorridos como o da USP.
A pedagoga Aline afirma que as escolas de formação de professores pelo país tem em suas grades teorias inovadoras, incentivando os futuros professores a sempre buscarem novos caminhos. “Porém, o estudo e a pratica destas tendências pedagógicas varia muito dentro do país, devido as dificuldade de formação de professores em cursos além da graduação fora da região Sudeste”.

Um comentário:

Anônimo disse...

ler todo o blog, muito bom