sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sobre a obrigatoriedade do diploma

Um professor da graduação em jornalismo da Unaerp( Luis Eblak) escreveu um texto http://www.unaerp.br/comunicacao/professor/eblak/arquivos/20092/diploma_formacao.pdf) sobre a obrigatoriedade do diploma e propôs uma discussão sobre o tema. Postei a minha opinião:

Penso que a não obrigatoriedade do diploma pode colaborar para a melhoria da formação para jornalistas e para a melhoria da prática jornalística com profissionais mais envolvidos. Acho que na atualidade a não obrigatoriedade do diploma para ser jornalista já é uma realidade, com a imensidão de blogs que muitas vezes são responsáveis pelos “furos” de reportagem.
Ser jornalista é saber ouvir, transmitir uma informação, selecionar dados, é expressar a realidade para os que não viveram aqueles momentos e a faculdade de jornalismo, ao menos como está agora no Brasil, não torna ninguém mais capaz de fazer isso, você se forma jornalista para saber o que é “lead”, “pirâmide invertida” e saber contar caracteres, e ser jornalista é bem mais que essas regras.
Se um economista sabe se expressar muito bem, consegue “traduzir” os termos da economia e compreende as necessidades do público, eu acho sim que ele tem todo o direito de se expressar.
Os pequenos jornais do país já contratavam pessoas não formadas, os grandes jornais já exigiam muito mais que o diploma. Acho que a discussão tem que acontecer em torno da valorização da prática jornalística, da melhor formação, o que vai além de um diploma na parede. Faria jornalismo de novo, mesmo sabendo da não obrigatoridade, faria por ser minha primeira paixão, pelo contato com outras pessoas, pelas experiências, pela oportunidade de poder errar e ter alguém para te ajudar sempre...enfim....a faculdade não foi uma maravilha, tenho um milhão de críticas: pelo tecnicismo, pela falta de incentivo ao universo acadêmico, pelas poucas indicações de leitura, pela biblioteca desatualizada, por professores dando aulas de matérias que não compreendiam bem....mas tenho ótimas lembranças de aulas que foram incriveis e que mudaram minha maneira de escrever, de olhar a realidade e até mesmo que me ajudaram a perceber quem eu sou de verdade.
Estou com muitas dificuldades no mestrado, por ter só agora percebido o quanto a comunicação é complexa, que as teorias vão muito além da escola de Frankfurt e que há muito o que se discutir, o que se descobrir, especialmente com as novas tecnologias. Já me senti mal pro não ter tido a base teórica necessária na faculdade, mas ao mesmo tempo sinto que tenho nas mãos a oportunidade de ser mais uma " formiguinha" na luta por um ensino melhor....sei que profissional quero ser e espero conseguir e devo muito aos que passaram pela minha formação universitária.
Acho que o jornalista e todos os profissionais devem continuar sempre estudando e se aprimorando. Acredito que a área acadêmica tem muito a colaborar com a o mercado de trabalho e vice-versa. O objetivo da maioria dos meus colegas da pós é que a pesquisa colabore em uma prática do jornalismo mais consciente e, principalmente transformadora.

2 comentários:

Anônimo disse...

As instituições educacionais, universitárias, deixaram de ser um local de aprendizado e se tornaram meros centros de vendas e comércio de cursos que prometem realização profissional, isto ou aquilo.

Não é preciso ser formado em medicina para saber o que é um antibiótico, quando deve ser usado e qual a quantidade. Não é preciso diploma numa era onde toda a informação está democraticamente exposta na Internet.

Cada órgão federal e regional fiscalizador de profissões, deixou de ser um regulador das boas normas e regras profissionais para serem meros cafetões.

Não acredito que um diploma faça um profissional, não acredito que as instituições pratiquem educação pautada nas necessidades sociais.

O diploma é apenas uma ferramenta comercial que promete sonhos irreais, e os conselhos são cafetões do governo que exploram àqueles que atuam.

Anônimo disse...

À uma organização que fabrica sem limites profissionais desnecessários, só resta a conclusão que se trata de uma máfia acobertada pelo MEC.

Para um país que educa seus alunos para pensarem como empregados, é justo que sobre desemprego.

É com gosto que vejo a Internet distribuir sem freios e limites todo tipo de informação.

E com gosto veremos o fracasso dos profissionais diplomados sem utilidade alguma, não por incapacidade, mas por terem sido colocados no lugar errado.

Não é fácil retirar os sonhos que a atmosfera acadêmica nos coloca, o românce do estudar e aprender. Mas de fato, é apenas um sonho.