quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Quando o filme é melhor que o livro

Sempre que leio um livro, imagino os rostos dos personagens, as roupas e um filme vai se construindo enquanto folheio as páginas. Quando o filme é lançado corro para ver se a minha imaginação e a do diretor cinematográfico se parecem, assim posso criticar a vontade a falta de uma parte da história do livro no roteiro do filme e a cor do cabelo da personagem principal.

A parte mais divertida dessa experiência, ao menos para mim, é ficar criticando o diretor, o produtor e até entrar em alguns blogs e sites, porque criticar junto com outras pessoas é bem melhor e a tendência é sempre a mesma: gostar mais do livro que do filme.

O filme “Divã” fez um sucesso estrondoso, acompanhando a tendência do brasileiro de ir ao cinema ver filme nacional com um “quê” de televisão. A história escrita por Martha Medeiros, que primeiramente foi adaptada para o teatro chegou aos cinemas com a direção de José Alvarenga Jr. (“Os Normais”).

“Divã”conta a história de Mercedes, uma mulher de 40 anos, mãe, casada, classe média, que decide ir ao psicólogo sem nenhum motivo em especial. Falar sobre sua vida com um total estranho faz com que a personagem reveja toda a sua vida, suas relações familiares e descubra que precisa mudar.

A primeira atitude da personagem é encarar que seu casamento já não tem a mesma paixão de antes e que talvez seja impossível recuperá-lo. Com a separação Mercedes vive algumas aventuras com homens mais jovens e experimenta novas sensações.

O livro é um pouco mais que uma auto-ajuda, tem alguns momentos engraçados, alguns vínculos com a vida real que valem a pena, mas no geral não tem nenhuma grande novidade, tudo fica um pouco repetitivo.

Já o filme vale mais, ao assisti-lo até pensei que deveria ter sido escrito somente em formato de roteiro. No cinema as piadinhas do livro fazem mais sentido e a atuação de Lilia Cabral dá um tom sensível à história e faz com que nos apaixonemos pela sua personagem.

O cinema de José Alvarenga une muito bem comédia e drama, intensificando as reflexões da obra literária. Um filme bom para uma tarde de domingo chuvosa.

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