sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Inesquecível?


O primeiro passo para a produção de umfilme é o roteiro, existem raras exceções como o documentarista Eduardo Coutinho que não estabelece um caminho definido em suas filmagens, porém, todo bom filme tem que ter uma boa história.
A produção brasileira, “Inesquecível” parece ter deixado de lado a preocupação com um bom roteiro. A trama é baseada no conto “O Espectro” do uruguaio Horácio Quiroga e conta a história de um triângulo amoroso entre dois amigos de infância ( Murilo Benício e Caco Ciocler) e uma mulher (Guilhermina Guinle).
A temática da relação amorosa envolvendo três pessoas já foi gravada e regravada inúmeras vezes e o diretor do filme, Paulo Sérgio de Almeida não fez muita questão de fugir dos clichês. A trama tem tudo o que é uma boa novela tem, mulher bonita, amigo rico, amigo pobre e acidente de carro.
Houve um esforço certamente em deixar o filme bonito, a fotografia é muito bem feita, a trilha musical é agradável, mas este elementos não seguram ninguém na cadeira. O filme poderia certamente chamar-se Esquecível.
A trama que no inicio é realista e tensa acaba virando uma comédia, as falas dos personagens não condizem com o que está acontecendo e existem enormes vazios sem muito sentido entre uma fala e outra. Na tentativa de tornar o filme melhor, o diretor abusa da beleza da atriz Guilhermina.
O final consegue ser surpreendentemente ruim, os últimos 30 minutos entram num looping infinito para tentar dar razão a trama.
Depois de assistir o filme descobri que o diretor fez quatro filmes da Xuxa nos últimos sete anos, o que sem duvida não enriquece seu currículo e explica parte de sua pobreza de linguagem, no entanto me surpreendeu que o roteirista de “Inesquecível”, Marcos Bernstein, tenha assinado em parceria com Walter Sales filmes marcantes como “Terra Estrangeira” e “Central do Brasil”.

Nenhum comentário: