domingo, 4 de novembro de 2007

Jornalismo cultural e decadência da mídia no Brasil


Dentre as variadas vertentes do jornalismo, uma chama minha atenção em especial, a do jornalismo cultural. Pouco valorizada no meio acadêmico, por muitas vezes ser confundida como algo restrito a releases, fotos de famosos e histórias em quadrinhos, esta é uma área fascinante por ter como função o debate e a divulgação de expressões culturais de todo tipo.
Um bom jornalista requer uma formação abrangente, em especial o que deseja seguir o jornalismo cultural, é necessário o interesse por todo tipo de manifestação artística e a reflexão critica sobre os movimentos culturais.
Porém, o que se percebe dentro de muitas universidades é o desinteresse por esta formação mais abrangente. Pelas duas universidades que passei – Unimep( Piracicaba) e Unaerp ( Ribeirão Preto) falta leitura e debate dentro da sala de aula, as aulas de temas gerais como sociologia são obrigatórias durante o primeiro ano, depois a preocupação passa a ser exclusivamente o mercado de trabalho.
Mas que mercado de trabalho é este, que não consegue agregar boa parte dos profissionais?
Existe uma discussão sobre o fim do jornalismo impresso, sobre o fim do modelo jornalístico que conhecemos, porém, parece que os acadêmicos não acreditam nesta discussão e continuam algemados às regras que colocam o jornalista distante do leitor.
Os grandes jornais do país são escritos para um público já estipulado: a classe média e alta. Em um país rico em diversidade cultural como o nosso, abrir os cadernos de cultura e até mesmo algumas revistas especializadas, nos leva a crer que estamos em outro lugar, em um país europeu talvez, porque é raro que se vejam matérias sobre música nordestina ou pequenos escritores.
Uma revista que consegue ultrapassar fronteiras é a mensal Raiz, que busca reunir manifestações culturais de todo o país e divulga eventos como a Semana de Arte Moderna da Periferia que acontece em São Paulo durante o mês de novembro.

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